domingo, 20 de novembro de 2011

"Ele filmou quem o matou", diz colega de cinegrafista morto



Rio De Janeiro - O repórter Ernani Alves, da TV Bandeirantes, acompanhava o cinegrafista Gelson Domingos da Silva, de 46 anos, na cobertura da operação policial que aconteceu na manhã deste domingo (6) na Favela de Antares, em Santa Cruz, zona oeste do Rio.

Segundo Alves, a equipe soube da grande operação da Polícia Militar por volta de 5h. Por volta das 6h30, veio a informação de que o comboio de soldados do Bope e do Batalhão de Choque estavam acessando a Avenida Brasil na altura do Caju.
“Partimos imediatamente em alta velocidade para a Avenida Brasil e conseguimos encontrar o comboio na entrada para a zona oeste. Fomos a primeira equipe a entrar na Favela de Antares com os batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e de Choque".
 
Alves afirmou que ele e Gelson avistaram um valão e, do outro lado, bandidos fortemente armados que começaram a exibir os armamentos para a equipe e para os PMs. O cinegrafista fez imagens desse grupo. Minutos depois, eles começaram a atirar contra a equipe e os policiais.
 
“Foi muito rápido. Ele foi atingido pelos disparos e caiu imediatamente. Não deu nem para tirá-lo da viela. Homens do Bope começaram a atirar contra o grupo. Fiquei no meio do fogo cruzado e deitei no chão. Gelson em nenhum momento parou de filmar. Ele filmou quem o matou”, relata o repórter. “Hoje é o dia mais triste da minha vida porque saí com um amigo para trabalhar e não retorno para a emissora com ele".
 
Ernani Alves já prestou depoimento na 36ª DP (Santa Cruz). As imagens feitas por Gelson foram encaminhadas para a Polícia Civil para serem analisadas e comparadas com os presos na operação. Segundo Alves, quem matou o cinegrafista foi provavelmente uma das pessoas presas.
 
IG

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