O governo brasileiro se baseia no comunicado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para contestar as possíveis restrições e embargos às importações brasileiras de carne bovina. Após receber relatório sobre a ocorrência, a OIE manteve o status do Brasil de "risco insignificante" para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o nome científico da enfermidade.
Ênio Marques ficará em Genebra nos dias 19 e 20 de dezembro. Na sexta-feira, ele participa de reunião na OIE, para discutir a criação de um fundo global de cooperação na área de saúde animal. Ele afirmou que o governo brasileiro está pronto para dar explicações aos países importadores sobre o "caso que é único", pois a vaca era apenas portadora da EEB e morreu de forma súbita, sem apresentar os sintomas da doença, que degenera os animais.
Mercados
Marques explicou que a restrição anunciada pelo governo japonês partiu dos órgãos ligados à área de saúde e não à agropecuária. Ele afirmou que o adido brasileiro em Tóquio está dialogando com as autoridades japonesas, que pediram o preenchimento de um questionário para ser analisado por um comitê de especialistas antes de qualquer decisão sobre a retirada do embargo.
Em relação às notícias sobre o embargo às importações por parte do Irã, Marques disse que o governo brasileiro não recebeu nenhum comunicado oficial. O Irã é o sétimo principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, respondendo por 5,8% dos embarques. Na Venezuela, o setor privado pediu ao governo que suspenda a importação de carne bovina e de gado vivo do Brasil. A Venezuela é o quinto maior mercado das exportações brasileiras de carne bovina.
Em relação à Rússia, o primeiro-ministro, Dimitri Medvedev, disse à presidente Dilma Rousseff que seu país está aberto a resolver os problemas que afetam o relacionamento bilateral - entre elas o embargo de Moscou às importações de carnes dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.
As carnes são o principal produto de exportação do Brasil para a Rússia, que é o maior comprador de cortes bovinos do País. A suspensão foi adotada em junho de 2011 e continua em vigor, apesar de autoridades brasileiras terem anunciado seu cancelamento no fim do mês passado.
O caso
Essa nova polêmica que envolve a doença da vaca louca teve início com a confirmação na semana passada da presença do agente causador da enfermidade em uma matriz bovina, que há dois anos teve morte súbita numa fazenda em Sertanópolis, no Paraná. Segundo as autoridades da defesa agropecuária, o animal era penas um portador da proteína que causa a doença.
Venilson Ferreira, da Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário