segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aids: Número de novos casos cai no Brasil em 2010


País registrou 34,2 mil novos casos da doença contra 35,9 mil em 2009.
No ano passado, 11,9 mil pessoas morreram em decorrência da Aids.

Brasil - Os novos casos de Aids e óbitos pela doença sofreram pequena queda em 2010, quando comparados a 2009, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Ministério da Saúde.
Foram registrados no país 34,2 mil novos casos de Aids no ano passado, contra 35,9 mil em 2009. De 1980 a junho de 2011, 608.230 pessoas foram infectadas no país. A taxa de incidência da doença passou de 18,8 por 100 mil habitantes em 2009 para 17,9 em 2010.
 
No ano passado, 11,9 mil pessoas morreram em decorrência da Aids, enquanto em 2009 foram registradas 12 mil mortes. Apesar da leve redução, o coeficiente de mortalidade se manteve igual - 6,3 por 100 mil habitantes.
“Estamos vendo uma tendência de diminuição do número de casos ao longo dos anos, as pessoas estão vivendo mais e melhor com a doença”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Regiões
O Sudeste concentra a maior incidência da doença, com 343.095 casos (56,4%), seguido pelo Sul, com 123.069 registros (20,2%), Nordeste, com 78.686 (12,9%), Centro Oeste, com 35.1116 (5,8%) e Norte, que registra 28.248 casos- 4,6%. A maior preocupação do governo é com as regiões Sul, Sudeste e Norte, que registraram aumento da taxa de incidência em 2010.
Homens
O número de casos de Aids é maior entre os homens quando comparado às mulheres. De 1980 a junho de 2011, foram identificados 397.662 (65,4%) casos da doença no sexo masculino e 210.538 (34,6%) no sexo feminino.




No entanto, essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1989, a razão era de seis homens infectados para cada mulher, enquanto em 2010 passou para de seis a cada 1,7. Em 2010, a taxa de incidência entre homens foi de 22,9 casos por 100 mil habitantes e nas mulheres, a taxa foi de 13,2 por 100 mil habitantes.
Por causa do aumento de casos de Aids no sexo feminino, um dos focos da campanha de prevenção do governo federal serão mulheres de 13 a 19 anos. Outro objetivo será prevenir novos casos entre jovens gays.

“Dois dados chamam a atenção e preocupam. Um deles é a presença maior de mulheres infectadas por HIV do que homens na faixa de 13 a 19 anos e aumento importante dos casos entre jovens gays e travestis”, disse o ministro.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os jovens gays de 18 a 24 anos, a prevalência da doença é de 4,3%. Quando comparado com os jovens em geral, a chance de um jovem gay estar infectado pelo HIV é 13 vezes maior. Na população de 15 a 24 anos, incluindo homens e mulheres, de 1980 a 2011, foram diagnosticados 66.698 infecções pelo vírus da Aids, o que representa 11% dos casos da doença.
 
Cor
A incidência do vírus da Aids é praticamente a mesma entre brasileiros brancos e negros. Dos casos registrados em 2010, 49,6% são de brancos, 49,4% de negros, 0,5% de amarelos e 0,4% de indígenas.
 
Escolaridade
Do total de casos de Aids registrados até junho de 2010, a maior proporção (26,3%) está entre pessoas que têm entre 4 e 7 anos de estudo. Outro foco do governo na campanha de prevenção será orientar as pessoas a fazer o teste de HIV.
"O objetivo do governo é detectar mais precocemente para que o tratamento se inicie logo e a pessoa infectada possa viver mais e melhor", afirmou Padilha.
 
Dados mundiais
Na semana passada, as Nações Unidas divulgaram que 34 milhões de pessoas no mundo conviviam com o vírus HIV até o fim de 2010. O balanço de soropositivos foi divulgado pela Unaids, braço da organização que mantém estatísticas e iniciativas sobre a doença.
Segundo a agência, o aumento no número de casos se deve à expectativa de vida cada vez maior para as pessoas contaminadas, graças aos avanços nas terapias contra doença.
No ano passado, foram 2,7 milhões de novas infecções pelo HIV e 1,8 milhão de óbitos por conta de complicações ligadas à Aids. O número de mortes ligadas à doença no mundo caiu 21% desde 2005. Novas infecções anuais pelo HIV diminuíram 21% desde 1997. Desde 1995, o acesso a tratamento poupou 2,5 milhões de vidas em todo o mundo.
Na América Latina, os números da epidemia continuam estáveis, com uma média de 100 mil novos casos de infecção a cada ano desde 2001. As mulheres representam um terço das pessoas infectadas até 2010.
O papel do Brasil no combate à doença foi destacado pela ONU, que louvou o país por atender pacientes "mais vulneráveis e marginalizados".

G1

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